Árvore,
sementes?
De que,
homem? Força? Integridade?
Porque
sementes, homem? Mudas! Mudas teu jeito, teu critério!
Ah, árvore,
mintas logo antes que eu saia do sério!
Tu não
sabes quem és, nem donde vens, errante homem!
Sou quem
quero ser e vou aonde desejo ir, presa árvore!
Prefiro
estar enraizada, e tu que vive das minhas mentiras?
Vivemos
nesta terra devastada, frondosa amiga!
Produzo
desta terra o fruto que enche tua barriga,
E tu só
sabes cativar nela a intriga, tolo homem!
Enquanto, só
tens um sabor posso ter vários e prazerosos, arvorezinha.
Homem,
homem, do que adianta ter vários sabores se todos são desgostosos!
Tu não
sabes quem és, não tem raiz em nenhum lugar!
Todos vêm a
mim, sentam a minha sombra,
Comem de
meus frutos, uns até moram em mim.
E ti, fraco
homem, tens a quem? Só a ti mesmo que por si só está a esmo.
Vou-me
agora, verdejante amiga, vim pegar minhas mentiras como toda tarde.
E tu me
atinges com muitas verdades, adeus...
De Maik
Dias !