quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

A árvore e o homem


Árvore, sementes?
De que, homem? Força? Integridade?
Porque sementes, homem? Mudas! Mudas teu jeito, teu critério!
Ah, árvore, mintas logo antes que eu saia do sério!

Tu não sabes quem és, nem donde vens, errante homem!
Sou quem quero ser e vou aonde desejo ir, presa árvore!
Prefiro estar enraizada, e tu que vive das minhas mentiras?
Vivemos nesta terra devastada, frondosa amiga!

Produzo desta terra o fruto que enche tua barriga,
E tu só sabes cativar nela a intriga, tolo homem!
Enquanto, só tens um sabor posso ter vários e prazerosos, arvorezinha.
Homem, homem, do que adianta ter vários sabores se todos são desgostosos!
Tu não sabes quem és, não tem raiz em nenhum lugar!

Todos vêm a mim, sentam a minha sombra,
Comem de meus frutos, uns até moram em mim.
E ti, fraco homem, tens a quem? Só a ti mesmo que por si só está a esmo.
Vou-me agora, verdejante amiga, vim pegar minhas mentiras como toda tarde.
E tu me atinges com muitas verdades, adeus...


De Maik Dias !